sábado, 19 de novembro de 2022

Tesouro

 





Se há um presente valioso

Que dinheiro não pode comprar 

É o prazer que se sente ao ler

O amor que o livro nos dar.


Não há bem maior 

Tesouro no mundo não há 

Algo que transforme o ser

Faça a mente fluir, a alma levitar.


Livro é melhor presente 

A oferta que é pão 

A saciar o corpo e o intelecto 

Fazendo sonhar o coração.


Livro é riqueza

Tesouro inestimável 

É pedra preciosa

O Amor inigualável.


Quem recebe um livro 

Ganha o presente mais caro

Que dinheiro não compra

Pois tem em si o poder raro.


Livro liberta, enriquece,

Acalma,  educa, transforma

Enobrece,  e faz do néscio um sábio

Livro é presente que forma.


Paula Belmino 

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Aproveitamos o feriadão pra descansar,  fotografar nossas leituras com livros lindos como:


📗 Sobre as coisas que eu não sei de @drikaduartefreitas

@editoracja 


📕 A menina, o menino e o fio do tempo de @lenice_gomes_

E Claudia Lins @autoraclaudialins  ilustrado por Ddaniela Aguilar @sabereseletras 

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📗 O reino dos bichos  e Histórias e Poesia ambos de @joseacacirodri @editoracja

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📕 A cozinha da Maria-farinha de @jdecastro9  @paulinas_natal 

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📗 ABC do Brincar.  Brinquedos e brincadeiras de A a Z de minha autoria ilustrado por @juengell editado por @marciapaganini  @editoraalumbre 


As fotos lindas são de @amandadantasfotografia no lindo hotel  @nataldunnashotel

sexta-feira, 24 de junho de 2022

Lembranças de Festa Junina




      São João tem cheiro de infância,  de festa, de lembranças.

        Era um tempo diferente. As noites frias eram aquecidas pela alegria no olhar,  pelos abraços dos amigos, e no aperto das mãos dos padrinhos e afilhados fazendo o juramento em volta da fogueira.

    As mocinhas de tranças e vestidos coloridos de chita, enfeitados com fitas,  cianinhas e bicos que a mãe costurava à máquina, e os meninos com chapéu de palha e bigode feito com carvão, viravam os verdadeiros artistas prontos para a grande festa popular.

   Na casa de José Simões, maior fogueteiro da cidade, o mês inteiro se fabricava fogos de artifícios, tais como foguetão,  bombinhas, traques , chumbinhos e chuveirinhos, esses últimos que se acendiam como estrelas na noite escura iluminando ainda mais o o olhar das crianças. Toda a família Simões dobrava papel de seda ou almaço, e enrolava a pólvora misturada a areia, que se encarregava de apagar o fogo e não deixar as pequenas mãos se queimarem. E quando era dia dos santos, a noite toda se ouvia nas calçadas estalos, e no ar,  tiros de bombas e apitos trazendo a luz dos fogos em rajadas, riscando o céu. 

   Nas noites de festa, o banquete à mesa era pamonha doce e salgada, feitas com leite e manteiga da terra, canjica que o  na minha casa, o meu pai adoçava com rapadura tornando marrom o doce tipicamente amarelo.Além dos pratos de milho produzidos pelas famílias reunidas, o bolo branco de coco e  o bolo preto faziam às vezes das guloseímas.         

 E quando se pensava em quem fazia os melhores bolos da cidade, logo todo mundo dizia não havia ninguém melhor para temperar o bolo preto que a prima Dedez, filha do fogueteiro Manoel Simões.  Enquanto nós e as filhas de Dedez se arrumavam para a festa, os homens equilibravam os pedaços de madeira de marmeleiro ou cajueiro velho para acender a fogueira às 6 horas da tarde. 

   Na cozinha Dedez apurava o mel, feito com rapadura preta derretida, adicionando cravo, canela, erva-doce, alecrim e outros temperos que era um segredo só dela. Após ferver tudo muito bem, ela juntava a farinha de mandioca e castanhas. E aí só depois de dar o ponto, a massa ia ao forno à lenha, junto com biscoitos de leite, de nata e de coco que ela preparava com alegria a cantar em latim, ou a rezar para os santos  do mês. 

   Perante o cheiro que vinha da cozinha, nós crianças viravamos mosquinhas ou formigas, poi aguardávamos ansiosamente para provar.

   Era costume trazer para os vizinhos um molho de feijão verde, e ganhar duas a três pamonhas, ou no nosso caso, doar uma travessa de canjica e Dedez nos dar bolo preto, bolo branco, e biscoitinhos que se desmanchavam no céu da boca como os fogos no céu.

   Lá fora, a fogueira já acesa, e alguém a cantar,  um violeiro dizendo sua cantoria e seus versos.  

    A meninada chamava o velho Simões, para vender chuveiro ou cobrinha e eu com medo de queimadura corria, junto com as primas numa gritaria só 

  Era  feito de alegria, as noites do mês de Junho, e a gente nem se importava se ardia os olhos na fumaça, e  perfume de banho, ninguém sentia, já que no ar, só se cheirava pólvora, ou na brasa alguma ave, batata, ou espigas de milho a assar, e enquanto esperávamos,  comíamos uma bacia de pipoca que alguém trazia. 

  Em qual fogueira sentar para conversar e assar milho? A rua inteira era um fogaréu, um banquete de fartura.

   Alguém cantava, outros comiam, as moças faziam simpatia,  olhando a água dentro da bacia de alumínio para ver se via o reflexo do futuro marido ou deixava uma aliança amarrada numa linha se mover, para tentar-se adivinhar em quanto tempo se encontraria o ser amado.

  Era colorido o céu,  o quintal de bandeirinhas, as mãos pintadas de papel de seda a embrulhar os sonhos, e na boca a desmanchar os sabores deliciosos do tempero doce da prima Dedez. 

   Festa assim não há mais, mesmo que a festa junina aconteça todo ano, como esta virou eterna e única   pois está guardada na memória e na saudade. 

  Voa feito bandeirinha, feito estrela,  longe de nossos olhos, mesmo quando brilha dentro da gente para sempre a luz deste tempo inventado.


Paula Belmino


Esta é uma homenagem que eu queria já ter escrito para a prima Inês Simões Victor que nos deixou e hoje, véspera de São João veio à tona. Com certeza agora no céu Dedez e meu tio Manoel Simões,  junto a meu avô Nico e seu irmão Júlio fazem muitos fogos para festejar a vida eterna.

Saudade.

quarta-feira, 22 de junho de 2022

Dias de chuva


     Era inverno.

    A casa simples com telhado cheio de goteiras mal protegia em dias de chuva.

   As crianças neste dia não brincavam lá fora, e dentro de casa se abrigavam com pouca roupa, e os casaquinhos cerzidos que os irmãos mais velhos passavam para os novos. Com muito frio,  os irmãos tentavam se aquecer ao pé do fogão à lenha onde  fervia a chaleira com chá ou café  e um pão de milho que o pai acabara de moer no moinho, agradecido pela fartura do roçado.

  A mãe, se desdobrava na tarefa de soprar o fogo com o abanador para aviar o jantar e no debulhar o feijão verde, de onde pulavam rãs em festa, e de onde saltitantes rebolavam as lagartinhas verdes contando a vida. O feijão ia para o para o almoço do dia seguinte. 

  No inverno, era o tempo que menos se ouvia as barrigas reclamarem fome, pois o sertão em riqueza, havia desabrochado os frutos da  lavoura. E se o alimento quente aquecia o corpo mal coberto com as roupinhas curtas, a alma se aquecia ouvindo as histórias da mãe,  ou os causos do pai. No entanto,  se a chuva aumentasse, e trovões anunciassem tempestade ninguém mais comia. O pai dizia que a colher de metal atraía raios, e o único espelho enferrujado porta do camiseiro também era coberto. Decerto sentia frio?! Tal dúvida logo era esclarecida pelo pai que dizia,  o espelho atraía para dentro da casa os relâmpagos. 

   No meio da trovoada ninguém mastigava, ninguém mais falava, ninguém podia também ficar à porta ou à janela. Só se ouvia a chuva lá fora, o farfalhar das folhas das árvores e o cantar dos sapos nas poças.

   Pacientemente, a mãe levava os filhos para cima da única cama, todos em volta dela como pintinhos junto à galinha,  para acalmarem-se ouvindo uma parlenda, uma cantiga, ou uma longa história de Era uma vez. 

  Naquela noite de inverno, as redes onde os meninos dormiam eram abandonadas ao relento,  dobradas solitárias no armador, e a cama da mãe,  fria e molhada de sereno virava um ninho,  aquecida pelos corpinhos  dos filhos, que dormiam todos juntos, abraçados pelo amor.


Paula Belmino 

Fotografia de Alice Aciole 

domingo, 5 de junho de 2022

Cheiro de infância





  Quando quero voltar meu tempo de menina, recorro aos cheiros,  aos perfumes da infância,  cada fragrância da simplicidade,  cada ternura guardada nos aromas da casa, e do quintal onde cresci. 

   Minha infância tinha cheiro de tempero, das plantas da horta suspensa feita com lascas de madeira  e adubo, ou numa bacia velha de zinco que quando furada ganhava a serventia de produzir ervas.  

  Ali na horta,  minha avó depositava sementes de coentro, pequenos grãos que ora virariam chás para dor de cabeça  e problemas comuns da mulher, e para outras mazelas do corpo, ora serviriam  para replantar, e quando brotavam, os talos de coentro cortados perfumariam caldos  de feijão, a sopa, o pirão batido, e até a farofa d'água, e podiam até, ganhar poder de curar mal olhado nas suas rezas e benzedeiras.

   Minha infância tem cheiro de coentro em flor que na singeleza do nosso quintal convidava borboletas e besouros para brincar e fazer festa, pois quando estávamos no quintal, eu e minha avó a cuidar da horta, as flores brancas do coentro  já maduro florescidas e prontas para serem replantadas eram  colhidas, e delas novas sementes iam ao sol, ou ardiam e exalavam perfume na boca da minha avó temperando suas palavras de vida. 

   Já as florzinhas brancas iam das mãos dela aos meus cabelos, ou para o altar do santinho, junto  com as folhas verdes do coentro misturadas à terra, que tornavam sagradas as mãos   que me abençoavam e me conduziam. 

   Tem cheiro de coentro minha infância,  no cuidar, no falar, no alimentar. Cheira a coentro minha memória afetiva, minha criança. E permanece, ainda hoje, quando saboreado o coentro,  em meu paladar, se pode provar o tempero, o sabor e o cheiro do amor.


Paula Belmino

terça-feira, 1 de março de 2022

Despertar






O sol acorda a manhã.

Borboletas e flores 

Convidam ao jardim

E a menina, ainda de pijama

Aninha  em seu colo, o gato

Se alimentam de luz.


Paula Belmino 

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Iniciamos o dia com estes registros lindos da Alice e Milú só para mostrar o nosso jardim que combina maravilhosamente  com a nova coleção da @instadedeka 


A coleção Outono/Inverno 2022 traz a inspiração  na delicadeza, na natureza, e com o tema " Infinito Particular", incentiva as crianças a se expressarem,  se desenvolvem nas suas habilidades seja dentro de casa a brincar, ou no cuidado com um bicho de estimação,  seja lá fora na mata, ou num simples jardim, onde se aflora os sentidos,  a ouvir os pássaros,  a olhar as flores que se abrem e as borboletas a pousarem nelas, seja no plantar e no colher,  ou a ler um livro em meio ao verde para poder acolher todas as sensações da história.

 Num cantinho dentro de casa ou lá fora, a criança sempre tem seus mistérios,  seu infinito particular para se aventurarem e aprenderem. 

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O pijama que Alice veste tem estampa de vasinhos e plantas com carinha de bichinhos,  que incentiva a criança o contato com a terra, no plantar sementes.

O pijama em modal é super confortável e ideal para os dias não tão frios.

Já tá disponível na loja virtual da @instadedeka 


E usando o cupom #DEDEKA-INVERNO22 e garantir 15% de desconto 

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https://www.dedeka.com.br/produto/pijama-teen-algodao-e-modal-vasinhos





sábado, 8 de janeiro de 2022

Além do arco-íris




No arco, sete cores
pincelam o céu.
No alto brincam,
sobem e descem
Como crianças no escorregador
Leves, festivas as cores
Vermelha, laranja,
amarela, verde, azul,
azul-escuro e violeta
É a arte perfeita
Do celeste pintor.
Deus criou o arco-íris
Com o homem fez aliança
Nunca se perde a esperança,
Depois da chuva vem sempre o sol
Não perece a vida,
Pois no fim do arco-íris
está escondida
a eternidade e a mística
presente do grande criador
que usou as sete cores
para nos falar de amor.

Paula Belmino

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Linguagem Essencial





Cada dia mais a natureza me ensina que os valores das grandes coisas estão nas pequenezas,
E em cada miúdo detalhe me apego:
Uma pedra ou uma flor me chamam atenção
E constantes trazem sempre uma lição:
Se pedra, mesmo estática, é ainda movimento, a transformação pelo tempo, pelas ações da chuva ou do vento.
Qualquer pedra pode ser rocha, ou caverna, o registro ancestral de nossa gente.

Quando vejo qualquer flor, a natureza me diz
Mesmo simples é casa de bicho, e da alma humana, o sentido.
É semente, fruto, é a força da vida
Traz dulçor e beleza,
É ainda a mais exótica descoberta científica.

A natureza me fala todos os dias por miudezas
E seja pedra ou flor,
Sua fala é liberdade e força,
Silêncio e som
Conta segredos, mistérios,
Verdades infinitas.

A natureza é linguagem essencial
E há de se saber ler e ouvir sua voz.

Por meio da natureza me faço poesia
Contemplo,
Interiorizo,
Manifesto,
E reescrevo-me para ser, quem sabe ,
Mais humana
E sabiamente compreender, sou parte dela.

Paula Belmino

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